segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A ESCOLA

Afinal, qual é a missão da escola?

As várias teorias pedagógicas, direcionam suas análises para uma determinada visão do que seria o papel da escola a partir de sua concepção de educação. Saviani, em seu livro Escola e Democracia, divide essas teorias em três tipos:
  • Teorias não-críticas,
  • Teorias Crítico-reprodutivistas e,
  • Teorias Críticas.

Estas teorias diferem inicialmente pela concepção que possuem de Educação e seu vínculo com a sociedade.
Nas teorias não-críticas encontramos a pedagogia tradicional, a pedagogia nova e a pedagogia tecnicista. Elas são colocadas nessa classificação por compreenderem que a educação por si, sem levar em consideração o seu vínculo fundante coma situação socio-economica da sociedade, poderia transformar a situação de marginalização e exclusão que sofrem os indivíduos. Para esta concepção cabe à educação a construção de uma sociedade igualitária.

Já as teorias crítico-reprodutivistas compreendem que a função básica da educação é a reprodução da sociedade, considerando sempre os seus condicionantes objetivos - "a estrutura socio-econômica que condiciona a forma de manifestação do fenômeno educativo" (SAVIANI 1983). Assim, a função da escola seria a de reproduzir a sociedade de classes e refoças o modo de produção capitalista.

Saviani, em suas produções, propõe a criação de uma pedagogia histórico-crítica. Que a partir da compreensão da Escola enquanto aparelho ideológico do Estado, se contrua uma pedagogia que se proponha a superar tal situação
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"Educar é um ato político" (Paulo Freire)


Em sua Obra, Paulo Freire critica a forma como se dá o ensino na escola tradicional - o que ele nomeia de ensino bancário: o conteúdo é apenas depositado nos alunos, que são passivos nesse processo, quem possui o conhecimento (educador) transfere para o que está vazio deste (educando).
Para se opor à concepção bancária da educação, o autor propõe uma pedagogia libertadora. Para ele, é através dela que os oprimidos se libertarão da situação de opressão que vivem. No início da sua trajetória, Freire cria os círculos de cultura, espaços onde temas determinados pela comunidade eram debatidos, numa posição de diálogo entre os conhecimentos de todos os participantes. A autonomia é para ele a grande fonte da construção do conhecimento, e este deveria servir para a ação prática na transformação da sociedade. Sua pedagogia era então focada na problematização da realidade, e na contrução de uma práxis libertadora.
A escola, para Freire é este lugar onde ocorre a quebra da ingenuidade do educando, onde o mundo é desvelado por ele, onde se pode contruir o conhecimento contextualizado para a superação das relações de opressão da sociedade de classes.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Contextualizando a Educação e a escola


Antes de falar sobre a escola, sua missão, precisamos nos perguntar: e afinal, o que é a educação? Como surgiu? Para quê? E porque?



O homem passa por um processo de desenvolvimento que, em determinado momento da história deixa de ser biológico e passa a ser cultural. As condições que determinam a nossa vida em sociedade não se encontram em nenhum gene, pelo contrário são produzidas e reproduzidas pela interação entre os homens. É por este fato que a educação se coloca como grande centro do processo de "evolução humana". Foi através dela que as gerações adquiriram o conhecimento do mundo, e se tornaram capaz de intervir na natureza, criando todas as possibilidades científicas e tecnológicas que temos hoje.



Porém, mais do que proporcionar a evolução das civilizações, a educação é também responsável pela perpetuação da forma em que vivemos em sociedade. A nossa percepção do mundo possui relação intrínseca com a forma como fomos educados a pensar e agir.



Nas comunidades primitivas, a transmissão do conhecimento se dava pela interação espontânea entre seus membros, e esta ação garantia a perpetuação da sua cultura. A educação ocorria imersa a outras práticas sociais, como o trabalho, no ritual, nas práticas culturais. A especificação de um local para essa prática se deu de em período relativamente recente na história da humanidade.

É a partir de da divisão social do saber que se pode existir o local onde ocorre a transmissão do conhecimento - e este deixa de ser coletivo e passa a ser pessoal, individual. Nasce a primeira experiência escolar.